Pronto-socorro do HU encaminha paciente para postos de saúde

Quando o caso não é grave, o doente fica poucos minutos no pronto-socorro do Hospital Universitário (HU). Após ser informado que urgências e emergências são prioridade, ele é encaminhado para um posto de saúde local. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pacientes afirmam que há estruturas desmontadas e parte das camas está vazia.

Segundo funcionários, a redução de atendimento começou no fim do ano passado. Nas últimas semanas, porém, foi intensificada a orientação para encaminhar pacientes a outras unidades de saúde em casos de menor gravidade. Acostumados a buscar atendimento no local, moradores da região se frustram com a medida.

Foi o caso da veterinária Mireile Santos, de 33 anos. Ela esperou quase três horas na manhã de terça-feira, 17, mas não conseguiu resolver sua dor de ouvido. “Fui encaminhada para uma AMA (Assistência Médica Ambulatorial). Perdi o trabalho à toa”, reclama.

Moradora do Jardim Bonfiglioli, também na zona oeste, ela estava acostumada a recorrer ao HU para qualquer problema. “Antes, era menos de uma hora entre chegar e terminar o atendimento”, lembra.

Na opinião da veterinária, transferir o HU para o jornal O Estado de S. Paulo, como propõe a reitoria, não resolverá o problema. “O atendimento vai ficar ainda pior.”

Demora

A costureira Nair Modesto, de 55 anos, se surpreendeu com a saída de enfermeiros durante os dez dias em que ficou internada na UTI do hospital, entre o fim de fevereiro e o começo deste mês. “Eles disseram que muitos iam sair nos próximos meses. Alguns nos falaram e se despediram”, conta.

A principal mudança após a saída de parte da equipe, segundo ela, foi a demora maior no atendimento. “Passou a demorar mais para que eles viessem ajudar a gente”, afirma ela, que tem enfisema pulmonar e frequenta o HU há quase 20 anos.

A aposentada Idalina Galiassi, de 72 anos, também ficou na UTI neste mês. “Tinha várias camas vazias, dava para ver de onde eu estava”, relata a idosa, que mora no Jaguaré, também na zona oeste. A idosa orientou a neta a tirar fotos para registrar a situação do HU e divulgar na internet. De acordo com Idalina, a tendência é de que piore ainda mais o atendimento. “É uma pena que isso aconteça”, lamenta. “Minha família sempre veio aqui e teve ótimo atendimento”.

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