Altamira – O promotor de Justiça Criminal de Belém (PA), Sávio Rui Brabo de Araújo, denunciou à Justiça no início da tarde de ontem os quatro envolvidos no assassinato da missionária americana Dorothy Stang. O Ministério Público estadual denunciou o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, como mandante do crime. Amair Feijoli, o Tato, foi denunciado como intermediário. Rayfran Neves Salles, o Fogoió, foi denunciado como executor e Clodoaldo Batista, o Eduardo, como partícipe. Os quatro foram denunciados por homicídio qualificado e prática de crime hediondo. Cada um deles pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia, se condenados. Sávio Brabo é coordenador do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas do Ministério Público do Pará. Ele é contra a federalização do caso, que significa deslocar a competência da esfera da Justiça Estadual para a Justiça Federal, tanto da investigação e do julgamento.
Contra a federalização
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou nota contra a federalização do caso Dorothy. A decisão cabe ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que foi acionado sobre o assunto pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles.
?A Justiça Estadual respondeu com eficiência às demandas policiais e está adotando todas as medidas necessárias para apurar as circunstâncias do crime e punir os responsáveis?, diz a nota. ?O deslocamento de competência de crime já solucionado pela polícia configura afronta ao princípio do juiz natural e remonta aos tempos, felizmente já superados, em que o órgão acusador escolhia o juízo para a tramitação da causa?.