Porto Alegre – A promotora de Canguçu (RS) Camile Balzano de Mattos pediu ontem ao Judiciário a intimação do líder do MST, João Pedro Stédile, para uma audiência preliminar pelo delito de incitação ao crime. Neste tipo de audiência, a promotora deve propor ao autor do fato (assim designado porque ainda não foi acusado) uma pena de prestação de serviços comunitários ou o pagamento de multa de R$ 1,5 mil, por se tratar de um ato de menor gravidade. Se Stédile aceitar a proposta, ela será homologada pelo juiz. Caso contrário, a promotora deve denunciar o líder do MST e ele perderá a chance de evitar a abertura de processo, explicou o subprocurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Mauro Renner. O fato que motivou a intimação foi um discurso de Stédile em julho em Canguçu, no Sul do Estado. “A luta camponesa abriga hoje 23 milhões de pessoas. Do outro lado há 27 mil fazendeiros. Essa é a disputa”, definiu Stédile. O líder do MST se referiu aos sem-terra como “nosso exército” e aos fazendeiros como “inimigos”.

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