Investigação

Promotora investiga bebê jogado no lixo de hospital de Alagoas

O Ministério Público (MP) de Alagoas investiga a morte de um bebê que teria sido vítima de um erro médico e encontrado no lixo de um hospital que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a promotora de Justiça Micheline Tenório, o MP apura denúncia de possível negligência médica praticada durante o parto da paciente Tatiana Regina Mendes da Silva, cujo bebê nasceu morto, na antiga maternidade Paulo Neto, atual Hospital da Mulher, no centro de Maceió.

“Nós ouvimos a irmã e o marido da Tatiana. Com base na denúncia dos dois, encaminhamos ofícios ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas, com pedido de abertura sindicância, e à Secretaria Municipal de Saúde, com pedido de auditoria, para saber se a unidade hospitalar estaria em condições de funcionamento”, explicou a promotora Micheline Tenório, que também encaminhou cópias do procedimento à Promotoria de Justiça Criminal, para que seja analisado se houve crime.

Para Micheline Tenóirio, a denúncia é muito séria e tem que ser investigada com extremo rigor, até porque o bebê foi encontrado morto embrulhado num saco de plástico azul (tipo saco de lixo) “Se houve negligência médica ou não isso será apurado e poderá ser objeto também uma ação criminal, por isso estamos remetendo cópias do procedimento aberto para a Promotoria Criminal tomar as providência que o caso requer”, informou a promotora.

 

No depoimento ao Ministério Público, a tia do bebê, Elaine Meirelle Mendes da Silva disse que Tatiane, de 19 anos, deu entrada no Hospital da Mulher na tarde do dia 4 de outubro, teve a bolsa furada pela médica Ana Raquel Oliveira Rocha por volta das 18 horas, mas só foi levada para o centro cirúrgico depois das 22 horas, quando já não suportava mais tantas dores.

“Vendo a minha irmã gemendo de dores, a médica foi ouvir o coração do bebê, quando disse que não estava escutando o coração do bebê, foi que a médica levou a minha irmã para sala de parto. Logo em seguida foi feita a cesariana”, relatou Elaine Silva.

Segundo ela, sua irmã achou estranho não ter escutado o choro da criança após o parto, mas como o bebê tinha sido levado pela equipe médica, ficou esperando notícias do filho. “Só depois da oito horas da manhã do dia seguinte, quando a médica estava largando do plantão, é que avisou a minha irmã que o bebê tinha morrido, que tinha havido um probleminha e a criança não tinha resistido ao parto”, afirmou.

‘Fatalidade’

A médica Ana Raquel deu entrevista à imprensa, lamentou o ocorrido e disse que não teve culpa pela morte do bebê, “foi uma fatalidade”, mas afirmou estar pronta a responder a qualquer sindicância sobre o caso. Segundo ela, naquela noite foram realizado cerca de 12 partos no hospital e “apenas um óbito foi registrado”. A direção do hospital informou que vai esperar ser notificada sobre a denúncia para se manifestar.

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