Promotor do caso Dorothy diz que é ameaçado de morte há um ano

O promotor Edson Souza denunciou nesta terça-feira (6), da tribuna da 2ª Vara do Júri de Belém, onde está sendo realizado o novo julgamento do mandante e do executor do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, as ameaças que ele e sua família vêm sofrendo, há cerca de 1 ano. Segundo Souza, as ameaças são feitas em telefonemas anônimos, em que um desconhecido alerta para ele tomar cuidado, porque pode haver tombamento. Tombamento na linguagem rural da região, significa morte.

De acordo com informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça do Pará, o promotor fez a denúncia na fase do julgamento destinada aos debates sobre as teses da acusação e da defesa. Edson Souza não soube dizer se as ameaças estariam relacionadas ao caso Dorothy Stang ou a outros processos em que ele também atua na acusação.

O promotor mantém a tese de que a missionária foi morta a mando do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, que pagou Rayfran das Neves Sales para executar o crime.

O advogado Eduardo Imbiriba, que defende o fazendeiro, pediu a absolvição de Bida, sustentando a tese de negativa de mando do crime. Ele alegou que não existe prova concreta no processo que incrimine Vitalmiro Bastos Moura.

A defensora pública de Rayfran Sales, Marilda Cantal, procurou convencer os jurados de que o crime não foi encomendado, e que Rayfran só matou a missionária por que se sentia pressionado por ela e pelos colonos que Dorothy defendia. A defensora sustentou a tese de que Rayfran praticou um crime de natureza simples, classificando-o de homicídio simples, ou homicídio privilegiado, cuja condenação é de 6 a 20 anos de prisão.

O novo julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura e de Rayfran das Neves Sales começou na segunda-feira (5) na 2ª Vara do Juri de Belém, sob a presidência do juiz Raimundo Alves Flexa, e pode ser concluído ainda nesta terça-feira (6).

A missionária Dorothy Stang foi morta com seis tiros em Anapu, a 300 quilômetros da capital paraense, em fevereiro de 2005. Ela trabalhava com a Pastoral da Terra e comandava o programa em uma área autorizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

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