O promotor de Justiça Silvio Marques propôs uma ação civil contra o Táxi Preto, programa da Prefeitura de São Paulo que cria uma nova categoria de táxis. O serviço aceita corridas pedidas apenas por aplicativos de celular. Ele pede que a Justiça impeça a gestão Fernando Haddad (PT) de emitir alvarás para os taxistas.

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O promotor vê irregularidades no processo desenvolvido pela Prefeitura para a escolha dos taxistas. Como havia mais interessados do que as 5 mil vagas oferecidas, Marques se baseia em uma jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para afirmar que, no lugar de sorteio – como foi feito pela administração -, a Prefeitura deveria ter feito uma licitação pública.

Além disso, defende o promotor, o preço do alvará estipulado pela gestão Haddad (entre R$ 40 mil e R$ 60 mil, se o pagamento for à vista ou parcelado) teria trazido prejuízo aos cofres públicos. Investigações anteriores do Ministério Público apontam que os alvarás saem por até R$ 130 mil no mercado paralelo.

O prejuízo é estimado em R$ 350 milhões, em comparação com o que seria obtido pelas 5 mil outorgas, a R$ 130 mil cada como preço médio.

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O diretor-presidente da São Paulo Negócios, Rodrigo Pirajá, que moldou o sorteio, defende o processo. Sobre a necessidade de licitação, disse que há decisões da Justiça que dão sustentação à forma como o procedimento foi feito.

Ele cita o julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) que trata os táxis não como concessão, mas como “serviço privado de utilidade pública”, escolhido por sorteio.

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“Quanto ao preço, a Prefeitura o definiu não com base em valor de mercado, que é exploratório. O que se fez foi regular o valor como política pública”, afirmou. Ele diz que “só quem tivesse mais recursos” se interessaria caso o valor fosse mais alto. “O preço não poderia ser uma barreira de acesso.” O valor considera os custos de operação e garantia de lucro mínimo.