Rio (AE) – Um dos maiores mananciais de água doce subterrânea do planeta é alvo de uma minuciosa pesquisa de campo desde segunda-feira. O trabalho faz parte de um projeto de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável para o Aqüífero Guarani, uma área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, com 45 mil quilômetros cúbicos de água acumulados.
Distribuído entre quatro países, o reservatório já possui pontos críticos, em decorrência de contaminação e uso indiscriminado do recurso hídrico. A ação é estratégica para o abastecimento, a saúde, o lazer e a economia da Argentina, do Paraguai, do Uruguai e, especialmente, do Brasil, já que 71% do aqüífero está situado em território nacional.
Formado há mais de 200 milhões de anos, o Guarani é constituído de água superficial e subterrânea, que entra pelas fissuras e áreas de afloramento da camada de basalto, a uma profundidade que varia entre 50 metros e 1.500 metros. Estima-se que, anualmente, haja uma recarga de 80 quilômetros cúbicos de água, um manancial fundamental para as 24 milhões de pessoas que moram em cidades situadas sob o reservatório, assim como outras 70 milhões indiretamente beneficiadas. ?O fato de ser um reservatório parcialmente confinado torna ainda mais fundamental o trabalho de prevenção, pois recuperar água subterrânea é muito caro. E há casos onde nem é possível fazer isso?, alertou o geólogo e engenheiro ambiental Luiz Amore, durante o 11.º Congresso Mundial de Saúde Pública, no Riocentro. Ele é secretário-geral do projeto, que possui financiamento do Fundo para o Meio Ambiental Mundial, com contrapartida dos quatro países, totalizando US$ 24 milhões. Os recursos serão investidos até 2008.
