Rio de Janeiro – O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta segunda-feira (30) que o governo vai enviar em agosto projeto de lei ao Congresso proibindo a venda de bebidas alcoólicas à beira de rodovias. Segundo o ministro, nesta semana haverá uma última reunião com o presidente Lula sobre a iniciativa, e depois ela será encaminhada pelo Ministério da Justiça ao Legislativo.

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?Tenho conversado com governadores e prefeitos para que tomem iniciativas semelhantes onde ainda não existam leis específicas sobre comercialização de bebidas em estradas e para chamar a atenção da importância da proibição da venda e do consumo em postos de gasolina?, disse Temporão.

Ele falou a uma platéia formada basicamente por empresários, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, e pediu o empenho dos vários setores da sociedade na luta contra o alcoolismo: ?O álcool está relacionado não só com doenças dos tipos cardiovasculares, hepáticas, câncer, mas também com um padrão de violência, como acidentes de trânsito, de trabalho e violência doméstica?.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, citados no site do Ministério da Saúde, 61% dos motoristas envolvidos em acidentes de trânsito no Brasil haviam ingerido bebida alcoólica. Por ano, segundo as informações do site, 35 mil pessoas perdem a vida nas ruas e estradas do país. A repressão ao uso do álcool faz parte da Política Nacional sobre o Uso do Álcool (PNA),que consta em decreto expedido pelo presidente da República em maio.

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No encontro com os empresários, Temporão também defendeu que as despesas com saúde sejam vistas como investimento, pois o setor tem um grande peso na economia brasileira: ?O setor movimenta entre 8% e 10% do PIB [Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas] do país. São cerca de 70 mil estabelecimentos de saúde, que empregam 7,5 milhões de trabalhadores".

O ministro informou que está sendo definida, juntamente com a Presidência da República e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma estratégia para aliar o poder de compra do Estado a uma política industrial brasileira. ?A balança setorial da saúde, que é a diferença entre o que a indústria exporta e importa, foi negativa em US$ 5 bilhões no ano passado?.

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De acordo com ele, um exemplo são os produtos feitos a partir do sangue, chamados de hemoderivados. O plasma, que é coletado de doadores de sangue, é exportado e volta na forma de insumos elaborados, usados no tratamento de hemofílicos, o que gera despesa anual de R$ 300 milhões.

Na ocasião, o ministro confirmou que o próximo posto de pronto-atendimento 24 horas será inaugurado em agosto no bairro de Irajá, na zona norte do Rio. Segundo Temporão, a idéia do governo do estado é implantar, até o final do ano, mais 12 desses postos, que visam a desafogar as emergências dos hospitais, oferecendo serviços de raio-X, laboratório e pequenas cirurgias.