Rio de Janeiro – Proibidos de circular na cidade entre 5 e 22 horas, segundo determina uma lei regulamentada no dia 6 de julho pela governadora Rosinha Matheus, cães de raças consideradas ferozes estão sujeitos agora a outro problema: o abandono. Em uma semana, a Sociedade União Protetora dos Animais (Suipa), já superlotada, recebeu oito pitbulls. O Pit Bull Club do Brasil, entidade que cria animais dessa raça, também deu abrigo a seis pitbulls e um rotweiller. O motivo seria o medo dos donos de irem presos ou terem de pagar os R$ 8 mil de multa cobrados em caso de descumprimento da medida.
?As pessoas ficaram com medo da polícia. Alguns pitbulls que vieram para cá tinham sido deixados amarrados na grade de praças, em diferentes pontos da cidade. Estão bem tratados e são mansos?, disse Isabel Nascimento, presidente da Suipa. Segundo ela, oito pitbulls abandonados no período de uma semana é um número alto, já que a instituição tem 150 cães dessa raça recebidos no período de cinco anos. Ao todo, o canil abriga nove mil cachorros.
A lei, de autoria do deputado estadual Carlos Minc (PT), foi criada para proteger as pessoas do ataque de cães ferozes. Inclui ainda dobermans, rotweillers e filas. Todos devem andar no horário estabelecido, com focinheira, guia e acompanhados de maiores de 18 anos.
?Queria saber onde o Minc vai abrigar todos esses animais?, questionou Renata Bittencourt, presidente do Pit Bull Club do Brasil. Desde a regulamentação da lei, ela tem recebido denúncias de cães abandonados e, até agora, só uma pessoa adotou o rotweiller que a entidade havia recolhido. ?Os outros seis pitbulls estão junto com os outros 12 que eu crio num pequeno abrigo.? Minc afirmou que as pessoas não deveriam abandonar seus cachorros e disse que está ?acostumado? a reações negativas a suas leis. ?Estamos pensando na defesa da população. Prefiro ter esse tipo de problema (críticas) a ver crianças mordidas por pitbulls.?