O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 19, durante o Fórum Estadão Brasil Competitivo, que os professores no Brasil não são bem pagos. “Eles não têm um salário competitivo no mercado de trabalho”.
No debate entre palestrantes do primeiro painel do evento, o ministro concordou que a valorização do professor é o primeiro passo para melhorar o sistema educacional brasileiro. “Você precisa de bons professores na sala de aula, por isso é importante valorizar. O MEC não aceita a ideia de que reajuste (dos professores) seja feito só pela inflação, tem que haver um aumento real”, disse. No entanto, ele ponderou que muitas vezes a prefeitura e o governo chegam a um “limite financeiro” que impede uma melhor remuneração do profissional.
Mercadante também disse que é preciso rever a formação inicial do docente. “É necessário melhorar a remuneração, mas também melhorar o desempenho em sala de aula.” Ele apontou ainda que “greve prolongada na educação não valoriza o professor e nem resolve o problema da área educacional.”
Depredação de patrimônio público
O ministro também afirmou que considera “inadmissível a depredação do patrimônio de universidades públicas” no Brasil. “O patrimônio público é de todos, quem está usufruindo da possibilidade de acesso a educação pública precisa ter o instinto de valorizar esse patrimônio”, declarou. “Acho inadmissível essa situação”, disse. “A lei tem de valer nessas situações, quem depredou tem de responder junto ao Estado”, completou.
Na avaliação de Mercadante, estudantes que usufruem de universidades públicas “têm de ter como contrapartida o espírito público de preservar o patrimônio”. “Acredito que aluno e ex-aluno têm de ajudar a melhorar a universidade da qual ele fez parte”.
Indicação política
Mercadante afirmou que é preciso acabar com a indicação política para cargos de gestão de educação no Brasil. “Tem de acabar no País a indicação política, não é possível que prefeito ache que tem de indicar alguém que seja amigo”, declarou.
O ministro também voltou a defender a elevação de salários dos professores. “Concordo totalmente, mas não acredito que isso possa servir de pretexto para uma ‘cultura corporativista’ dos profissionais”. “Professor não pode se vitimizar e ficar se queixando, porque aí todo ano faz greve de dois ou três meses e quem paga essa conta são as crianças”, acrescentou. “É uma conta muito alta que não precisamos ter de pagar”, concluiu.