Em assembleia realizada ontem, o sindicato dos professores da Universidade de São Paulo (Adusp) decidiu a partir de hoje aderir à greve iniciada pelos funcionários há um mês. Cerca de 80 docentes votaram a favor da paralisação, 9 foram contra e houve 9 abstenções. Além da pauta de reivindicação salarial, eles protestam contra a presença da Polícia Militar no câmpus, chamada para cumprir uma ação judicial de reintegração de posse da reitoria, que teve as entradas bloqueadas por funcionários.

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Os sindicatos esperam conseguir maior adesão à greve – no total, há 15 mil funcionários e 5 mil professores da USP. Até agora, a maior parte das atividades no câmpus aconteceu normalmente, com a paralisação restrita a algumas atividades. A reitoria estima que 10% dos funcionários aderiram à greve – segundo o sindicato, são mais de 70%. À noite, um grupo de estudantes ligados ao DCE aprovou em assembleia greve a partir de hoje.

Anteontem, a reitora Suely Vilela se reuniu com representantes de alunos, professores e funcionários, mas não chegaram a um acordo. Ela restringiu o retorno à negociação ao fim dos bloqueios nas entradas de prédios, como os museus, o Centro de Práticas Esportivas e a creche. Os manifestantes pediam a retirada da polícia. Hoje, professores terão uma nova reunião com a reitora.

O impasse na USP agravou-se no dia 25, quando estudantes ocuparam a reitoria e outros prédios. A reitora recorreu à Justiça e pediu reintegração de posse das instalações. Há uma mistura de reivindicações: campanha salarial de funcionários e professores, pedindo 16% de reajuste, reivindicação do sindicato de funcionários contra a demissão de um integrante e o protesto de alunos contra um curso a distância criado para professores. Além disso, outras demandas entram no discurso, como aumento de auxílio moradia e mais democracia.

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