Professores da rede municipal fazem paralisação no Rio

A crise na educação no Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira, 18, com a paralisação de 24 horas dos professores da rede municipal. A categoria cruzou os braços para participar da última audiência pública que discute a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, na Câmara de Vereadores. O debate no plenário trata especificamente da área de educação.

Após a audiência, os professores farão uma assembleia e cogitam colocar em votação um indicativo de greve caso sejam cogitados cortes orçamentários na educação. Na rede estadual, os docentes estão em greve desde 1º de março com objetivo de conseguir reajuste salarial.

Os estudantes ocupam 62 duas escolas estaduais por melhorias no ensino e em apoio à paralisação dos professores. Um grupo ocupa também a sede da Diretoria Regional Metropolitana III, da Secretaria Estadual de Educação, em protesto contra as investidas do movimento que cobra a desocupação.

O impasse nas negociações com professores e estudantes da rede estadual resultaram na queda do secretário estadual de Educação, Antônio Neto. O novo titular da pasta, Wagner Victer, sinalizou que não haverá aumento salarial, em entrevista ao noticiário Bom Dia Rio, da TV Globo.

“Temos que verificar as contas do Estado, é um trabalho que a Secretaria da Fazenda e o governador (em exercício, Francisco Dornelles, do PP) estão fazendo, estão discutindo a dívida do Estado, da União, em função desses cenários, pode ser voltar à discussão em um momento oportuno”, afirmou Victer.

Uma assembleia realizada na tarde de terça-feira, 17, decidiu pela continuação da greve na rede estadual. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) apresentou proposta de reposição salarial de 30% e agora cobra uma contraproposta. Victer afirmou que manterá os acordos já firmados com os estudantes que ocupam as escolas.

“No tocante à questão de greve e ocupações a gente vai manter um diálogo, manter e aperfeiçoar o diálogo, continuar dentro desse processo do diálogo, atendendo algumas questões e executando algumas questões, não basta verbalizar, tem que executar”, disse. “E a gente tem certeza de que vai chegar a uma convergência. Porque, na prática, quem está prejudicado são os alunos, os pais dos alunos, geralmente pessoas muito carentes que querem ter aula.”

O comando das escolas ocupadas fará uma reunião nesta quarta-feira no Colégio Estadual Stuart Angel, em Senador Camará, zona oeste do Rio. “Quando começávamos a avançar nas negociações, houve a mudança de secretário e atrasou tudo. Não sabemos como vai ser”, disse a estudante Sarah Chinchilla, de 17 anos, do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Central do Brasil.

Os estudantes já tiveram as principais demandas atendidas pela Secretaria Estadual de Educação, como eleição direta para escolha do diretor e o fim do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj). Em 2017, haverá reformulação da avaliação para que seja feita em parceria com professores e sirva como um simulado para os alunos.

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