A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu em flagrante na madrugada de hoje uma professora de matemática acusada de abusar sexualmente de duas alunas, de 13 anos, da rede pública de ensino. Cristiane Teixeira Maciel Barreiras, de 33 anos, foi presa na casa mãe, em Padre Miguel, na zona oeste do Rio. A educadora foi denunciada pela mãe da vítima na 33ª Delegacia de Polícia de Realengo. A criança estava desaparecida desde a última segunda-feira.
Em agosto, a mãe de J. registrou a primeira queixa de desaparecimento da filha e apontou a professora como suspeita. Cristiane já tinha sido transferida da Escola Municipal Marechal Rondon, após denúncias da mesma mãe. “Fizemos diligências durante toda a noite. Na casa da professora, o marido confirmou que ela não aparecia em casa desde segunda-feira e chorou ao saber da acusação”, revelou o delegado titular da 33ª DP, Angelo Jose Lages Machado.
Por volta das 4 horas, Cristiane foi surpreendida por uma equipe de agentes quando chegava à casa da mãe dela, na localidade conhecida como Barata. Ela revelou que havia deixado a menor nas proximidades da casa da mãe da vítima onde J. foi encontrada. Na delegacia, a professora confessou que se apaixonou e iniciou o relacionamento com a aluna em maio deste ano. Ela alegou que desejava uma “relação séria” com a ex-aluna. Cristiane disse que as duas namoravam no carro e frequentavam o Motel Bariloche, em Realengo. “Quando achávamos que já tínhamos ouvido tudo, ela confessou que em agosto as duas convidaram outra aluna para os encontros sexuais”, contou o delegado.
Segundo ele, J. disse, em depoimento, que não queria mais encontrar a educadora, mas era persuadida por Cristiane. A professora foi indiciada por estupro de vulnerável e corrupção de menor. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. “Ela disse que evitava penetrar as meninas com os dedos, porque elas eram virgens. No entanto, nós acreditamos que Cristiane achava que isto evitaria a acusação de estupro”, disse o delegado. Ele não descarta que outras alunas tenham sido vítimas da professora.
O diretor da Escola Municipal Marechal Rondon será convocado para depor e pode ser indiciado, caso tivesse conhecimento do crime e não comunicou o fato à polícia. A outra menina abusada, as mães das vítimas e os funcionários do Motel Bariloche também serão ouvidos. Por meio de uma nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que considera “inaceitável este tipo de conduta” e revelou que a 8ª Coordenadoria Regional de Educação instaurou sindicância e determinou o afastamento da professora no dia 9 de setembro, quando o órgão foi informado sobre o caso. Após a conclusão do processo, a educadora pode ser exonerada.