Brasília – O Brasil é o terceiro maior consumidor de massas do mundo, atrás apenas da Itália e dos Estados Unidos. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Massas Alimentícias (Abima), dos 10 milhões de toneladas de trigo que o brasileiro consome anualmente, apenas 3 milhões são produzidas no país.
Para o presidente da Abima, Cláudio Zanão, a dependência do trigo estrangeiro se deve à falta de incentivo do governo à produção do grão no país. ?O Brasil tem tradição de produzir trigo. Nunca houve um incentivo do governo para fazer essa produção crescer no Brasil?, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Segundo ele, a maior parte do trigo que vem para o Brasil é argentino, mas quando o produto falta naquele país, é preciso importar o grão do Canadá ou dos Estados Unidos, o que encarece o pão francês, o macarrão e os biscoitos.
?Se nós tivéssemos pelo menos em torno de 50% ou 60% do trigo produzido no país, teríamos muito mais condições de oferecer um produto a preço menor".
Depois de lembrar que a base da cadeia trigo começa com o pãozinho francês, o macarrão, biscoitos e o pão industrial, produtos em que o maior custo é da farinha de trigo, ele explicou porque o preço oscila. "Quando o trigo tem uma oscilação internacional, a farinha automaticamente tem esse repasse e as indústrias são obrigadas a repassar ao consumidor?.
O presidente da Abima afirmou que não há outra alternativa para substituir a farinha de trigo. ?Você não pode colocar qualquer outro tipo de farinha para fabricar o macarrão ou o pão francês, porque você descaracteriza o produto?.
A estimativa da Abima é de que este ano o Brasil venda 1,3 milhão de toneladas de macarrão.
