Assim como aconteceu com o comércio de armas de fogo, as indústrias fabricantes também sentiram o impacto do Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003, mas se recuperaram depois do referendo de 2005 – quando a população decidiu por manter a comercialização.
Em 2003, a produção atingiu o menor volume da década: 416 mil armas, uma redução de 56,2% em relação a 2001 (951 mil). Já em 2009, a indústria bélica nacional atingiu o recorde do período, com a fabricação de 1,05 milhão de revólveres, pistolas e fuzis. Os dados foram divulgados pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército.
A aprovação do estatuto tornou mais rígidas as regras para a posse de arma de fogo por civis. Em 2004, a produção continuou baixa em relação aos anos anteriores, com 423 mil unidades fabricadas. Mas em 2005, após o referendo, a produção cresceu 27,4% em relação ao ano anterior – chegando a 539 mil armas fabricadas – e continuou crescendo em 2006 (721 mil), 2007 (917 mil) e 2008 (983 mil), até chegar a 1,05 milhão em 2009.
O Estatuto do Desarmamento também parece ter contribuído para que as indústrias de armas brasileiras – que têm na Taurus e na estatal Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) suas principais representantes – buscassem exportar mais sua produção. Em 2001, as fábricas exportaram 40,5% de sua produção.
Em 2004, esse percentual subiu para 86% e se mantém praticamente estável até hoje. Em 2009, por exemplo, as indústrias exportaram 88,8% de sua produção.