O procurador da República de Marília, no interior de São Paulo, Célio Vieira da Silva, apresentou hoje documentos que, supostamente, mostram que o candidato da Frente Trabalhista a vice-presidente, Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho, era o representante do Banco da Terra no Estado e que, por isso, poderia liberar recursos para a compra da Fazenda Ceres, em Piraju (SP).
?Os documentos mostram que Paulinho assinou desde pareceres técnicos até a autorização de liberação de recursos?, afirmou.
O candidato da Frente Trabalhista a vice-presidente defende-se do processo, alegando que o convênio firmado entre a Força Sindical, da qual é presidente licenciado, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário só permitia a entidade realizar programas de requalificação e treinamento de trabalhadores rurais.
?Os documentos comprovam que a Força Sindical era a representante do Banco da Terra em São Paulo?, afirmou Silva. Segundo o procurador da República em Marília, especificamente na aquisição da propriedade, em que o ministério investiga se houve superfaturamento na compra das terras, Silva explicou que o representante da central sindical foi o assessor João Pedro de Moura, que assinou todos os documentos pela Força.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o valor máximo que poderia ter sido pago pelas terras era de R$ 1 29 milhão, enquanto que o pago, efetivamente, foi de R$ 2,30 milhões.
A participação de Paulinho foi verificada na compra da Fazenda Cambará, em Timburi, na região de Piraju. ?As terras de Cambará, em que o Paulinho autoriza a liberação de recursos para a associação dos agricultores, são melhores e mais baratas do que as de Piraju e o financiamento de Cambará foi autorizado um dia antes do de Piraju?, argumentou.