O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, encaminha, nas próximas semanas, oito petições ao Supremo Tribunal Federal (STF) contendo novas provas da existência do mensalão. Durante o julgamento, o procurador avisou que, depois de publicado o acórdão do julgamento, encaminharia as novas provas. O acórdão foi publicado ontem (8).
Do acervo de novas provas faz parte o resultado de uma perícia feita pela Polícia Federal (PF), que comprovaria o uso de recursos do fundo Visanet, do Banco do Brasil, para alimentar o esquema do mensalão. O BB teria pago antecipadamente R$ 73 milhões antecipados à empresa DNA, de Marcos Valério, por ordem do então ministro Luiz Gushiken.
Por conta desses repasses, Gushiken e o ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato respondem à ação penal aberta pelo Supremo por peculato – desvio de dinheiro praticado por funcionário público. O ministro do STF que relata o processo, Joaquim Barbosa, ainda não definiu a partir de quando começa a enviar as cartas de ordem para a citação dos réus. Depois de os réus serem informados da ação penal começarão os interrogatórios. Serão ouvidas testemunhas de acusação e de defesa e serão produzidas provas em favor e contra os réus. Não há estimativa de quando os réus serão julgados, mas o processo precisará ser célere para evitar que alguns crimes prescrevam.
Na lista dos réus estão os ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken, o deputado José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Paulo Rocha (PT-PA), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e ex-deputados José Janene, Pedro Corrêa e João Magno. No rol de crimes estão corrupção ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas, peculato e formação de quadrilha.
Além das novas provas, o procurador-geral da República deve encaminhar, ainda, o resultado das investigações sobre o mensalão mineiro, que envolveria o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o ministro de Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. O esquema montado em MG, de acordo com o procurador, foi o embrião que deu origem ao mensalão petista. Esse caso também será relatado pelo ministro Joaquim Barbosa.