Ao contrário do que se esperava, a prisão do prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, líder dos arrozeiros, não serviu para amenizar os conflitos na terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Durante toda a semana, os índios que exigem a expulsão dos não-índios avançaram sobre a Fazenda Tatu, ao bloquear uma estrada e impedir o trânsito de funcionários e a entrada de sementes, fertilizantes e combustível. O produtor Ivo Barilli foi obrigado a parar de trabalhar. Os índios consentiram apenas na retirada do arroz que já estava colhido. Segunda-feira será a vez de os funcionários de Quartiero pararem, quando a Polícia Federal deve executar a interdição das atividades na Fazenda Depósito, determinada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na sexta-feira. O prefeito foi multado em R$ 30,6 milhões por crime ambiental.

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O recrudescimento da ação dos indígenas também é mais uma pressão sobre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisam uma série de ações contrárias à demarcação da Raposa Serra do Sol. Para os que defendem a saída dos arrozeiros da área da Raposa Serra do Sol, simplesmente tirar Quartiero de cena não traz tranqüilidade. ?Nós queremos ele fora da nossa terra?, diz o tuxaua Dejacir Melkior da Silva, da aldeia Maturuca.

Já os integrantes da Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiurr) pintaram a cara e saíram às ruas de Boa Vista com seus cocares na sexta-feira, pedindo justiça para o prefeito e a saída da PF da reserva. Dividiram o mesmo espaço com funcionários dos arrozais e empresários cujos negócios se alimentam da rizicultura. Para eles, Quartiero é uma espécie de herói da resistência à demarcação da Serra do Sol em área contínua, com a saída obrigatória de todos os não-índios da área. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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