Brasília – Numa sessão realizada na manhã de ontem, a Comissão de Anistia aprovou a reparação econômica pedida pela família de Luiz Carlos Prestes, que perdeu a patente de capitão do Exército em 1936 em decorrência de participação na Intentona Comunista, que tentou derrubar o governo de Getúlio Vargas. Prestes, que era filiado ao Partido Comunista do Brasil, sendo um de seus líderes históricos, foi perseguido pelos orgãos de repressão do governo, foi preso e viveu durante muitos anos no exílio, entre eles, na União Soviética, morrendo em 1990, já no Brasil, na condição de anistiado.
Na decisão, a Comissão de Anistia promoveu inicialmente Prestes ao posto de coronel, a que ele chegaria se não tivesse perdido a patente de capitão, mas como os militares, ao se aposentarem, ganham uma promoção automática, ele teria direito a chegar a general de brigada, com salário de R$ 7.355, o que foi concedido pela comissão. A família, no entanto, pedia a promoção ao posto de general do Exército, o mais alto, que tem salário de R$ 8.564.
Na indenização, a família terá direito à contagem do tempo de serviço, inclusive licenças-prêmios a que Prestes teria tido se não tivesse perdido o posto de capitão. O requerimento foi apresentado pela viúva de Prestes, Maria do Carmo Ribeiro, com quem ele teve sete filhos. A comissão aprovou a condição de anistiado pós-morten de Prestes.
