Alencar: na política todas as
posições devem ter espaços.

Belo Horizonte – O vice-presidente da República José Alencar, considerou ontem legítima a pressão da oposição ao Palácio do Planalto para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue as ações do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz. “Na política, você tem espaço para defender todas as posições”, disse o vice-presidente ao ser questionado sobre o caso durante entrevista concedida no final da manhã no seu apartamento, na zona sul da capital mineira, onde ele se recupera de uma cirurgia de emergência para retirada da vesícula biliar.

Anteontem, a Executiva Nacional do PSDB emitiu nota com duras críticas às manobras do governo para evitar a apuração do caso no Congresso. Alencar repetiu que, pessoalmente, é favorável à abertura da CPI. “Se fosse me basear por mim, eu não preciso explicar isso, eu seria a favor da CPI como sempre fui enquanto era senador”, afirmou, salientando, no entanto, que hoje ocupa a vice-presidência da República e é, portanto, um aliado do governo. “Agora, eu não posso, de forma alguma, deixar de dizer para vocês que eu sou aliado. O meu partido é aliado do partido do governo”, ressaltou. “Além disso, eu sou o vice-presidente da República e, além disso, eu estou afastado por mais de 20 dias”.

Além de navegar contra a maré do Planalto neste assunto, o vice-presidente aproveitou para também remar contra a política econômica. Ele endossou as cobranças por mudanças na política econômica contidas no documento do PT, aprovado há uma semana, e criticou a política monetária praticada pelo Banco Central (BC). Sem citar o nome do presidente do BC, Henrique Meirelles, ele pediu mudanças nas diretrizes adotadas até agora pelo BC e disse que o governo federal deve assumir sua “responsabilidade” e enfrentar a questão “para valer”. “Eu defendo a mudança da política monetária no Brasil e acho que nós temos que, obviamente, enfrentar isso para valer porque a responsabilidade não se transfere. A responsabilidade perante a nação é do governo. O governo delega autoridade a alguém, mas a responsabilidade permanece com o governo”, afirmou Alencar.

Antes, o vice havia dito que a recente manifestação do PT em relação à política econômica não é nova e deve ser compreendida como “natural” do partido.

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