Presos por fraude no BNDES teriam ligações com Força

A Operação Santa Tereza deflagrada nesta quinta-feira (24) pela Polícia Federal prendeu 10 empresários, advogados e servidores públicos que estariam envolvidos em um esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dois financiamentos sob suspeita foram autorizados e liberados no início do ano – um no valor de R$ 130 milhões, outro de R$ 220 milhões, dinheiro que teria sido repassado para a Prefeitura de Praia Grande (SP) e para o caixa de uma loja de rede varejista. A maioria dos alvos da operação teria ligações com a Força Sindical, mas a PF descartou a hipótese de motivação política na investigação.

"Não confundam questão política com a Polícia Federal, que nunca se prestaria a fazer um trabalho político", ressaltou o superintendente regional Jaber Saadi. Um dos detidos está o advogado tributarista Ricardo Tosto. Há cerca de 5 meses ele assumiu cadeira no Conselho de Administração do BNDES, por indicação da Força. Tosto é advogado e amigo do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical.

A PF vasculhou 18 endereços de suspeitos e recolheu cerca de R$ 1 milhão em dinheiro, carros de luxo, documentos. Na casa de um deles foram recolhidos US$ 220 mil. As buscas e as prisões, em caráter temporário por 5 dias, foram ordenadas pela 2ª Vara Federal.

Segundo a PF, 4% do montante financiado pelo BNDES era desviado para divisão entre os integrantes da suposta organização criminosa. Pelo menos 200 projetos com dinheiro público, sob análise dos federais, estariam no ponto para ser aprovados. Eles se referem a contratos de obras de prefeituras dos Estados de São Paulo, Rio, Paraíba e Rio Grande do Norte. "Os investigados usam de influências políticas em Brasília para conseguir a liberação dos empréstimos", disse o delegado Rodrigo Levin, que coordenou a operação.

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