Mais dois policiais militares foram presos nesta segunda-feira, 29, no Rio de Janeiro acusados de integrar o esquema de cobrança de propina que funcionava na área do 14º Batalhão (em Bangu, na zona oeste do Rio) e foi desmantelado no dia 15 de setembro. O capitão Diego Soares Peixoto, lotado no 3º BPM (Méier), e o sargento Romildo Rodrigues Silva, lotado no Comando de Operações Especiais (COE), são acusados de receber propina de mototaxistas, empresas (principalmente transportadoras de pessoas e cargas), instituições financeiras e ambulantes no bairro de Bangu e adjacências, na zona oeste, no período em que atuavam no 14º Batalhão. Eles estão presos preventivamente, após denúncia apresentada pelo Ministério Público.
Segundo a Promotoria, o sargento Romildo fazia uma ronda bancária e era responsável por arrecadar semanalmente propinas que variavam de R$ 50 a R$ 360 de agências bancárias de Bangu. Por ser primo do ex-comandante de Operações Especiais Alexandre Fontenelle (preso no início da operação, no dia 15), o sargento acompanhava o oficial nas unidades em que ele atuou (os batalhões de Itaguaí, Irajá, Bangu e o Comando de Operações Especiais).
O capitão Diego comandava a 1ª Companhia do 14º Batalhão, responsável pela coordenação das equipes de policiamento ostensivo e ronda bancária. Segundo as investigações, ele arrecadava por semana no mínimo R$ 150 de cada equipe e repassava para o Estado-Maior do 14º BPM. O dinheiro era pago por mototaxistas, motoristas de transporte alternativo, transportadores de cargas, traficantes de drogas e responsáveis por agências bancárias.
O depoimento de um policial militar colaborador da Justiça foi fundamental para confirmar as investigações realizadas pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio e pelo Ministério Público, desencadeando na nova denúncia. Ele é um dos acusados e foi solto após ser beneficiado com delação premiada.
No início da operação, chamada Amigos S.A., foram presos 24 policiais militares do 14º Batalhão. Um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação de propina também foi preso.
Os 27 denunciados responderão pelo crime de associação criminosa armada. A pena é de dois a seis anos de reclusão. Já os policiais militares também poderão ser obrigados a pagar indenização por danos morais à Polícia Militar, pelo dano causado à imagem da corporação. Eles ainda serão responsabilizados pelos diversos crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público), que serão apurados pela Auditoria de Justiça Militar estadual.