Presos libertam reféns e encerram rebelião em Bangu V, no Rio

Depois de 21 horas de rebelião, os presos da Casa de Custódia Bangu V, no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, se renderam hoje, libertaram quatro reféns e entregaram uma pauta de reivindicações para ser encaminhada à governadora do RJ, Benedita da Silva (PT) e outras autoridades. Segundo a polícia, os amotinados estavam armados de pistola, revólver, granada e estoques (facas artesanais). Eles mantiveram um policial militar amarrado a um botijão de gás, e ameaçavam com explosão. Os rebelados negaram estar armados.

A rebelião começou às 16 horas de ontem (28), depois de uma tentativa de fuga frustrada por um sargento da Polícia Militar, que percebeu a movimentação dos presos. Os detentos, então, fizeram como reféns uma defensora pública, duas funcionárias da cantina, um agente do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) e um soldado da PM.

Eles tentaram ainda atacar 12 detentos de uma facção criminosa rival, que estavam na chamada cela do ?seguro?, destinada aos jurados de morte.

A defensora pública Maria Helena dos Santos Viana, que trabalha na triagem dos presos já condenados para a transferência deles para penitenciárias, entrou em pânico e desmaiou. Ela sofre de pressão alta e acabou liberada pelos presos na noite de ontem.

Durante a rebelião, os presos destruíram as grades divisórias dos corredores. Eles disseram que as portas das celas já estavam empenadas, o que foi confirmado pelo coordenador de gerenciamento de segurança da Secretaria de Segurança Pública do RJ, coronel Aloísio Guedes. A casa de custódia abriga 496 detentos, entre eles Márcio Greik Lima dos Santos, que chegou a ser resgatado do Hospital Geral de Bonsucesso por 20 homens em março do ano passado e foi recapturado posteriormente. A capacidade da unidade é de 500 homens.

Entre as 21 reivindicações dos presos estavam a transferência para penitenciárias dos presos já condenados, a remoção dos detentos da facção rival (já atendida), melhorias na alimentação, e redução dos preços na cantina, além de mais dias de visita. Guedes disse a secretaria tentará atender às reivindicações.

Os presos exigiram a presença da imprensa para encerrar o motim. Encapuzados, os detentos ocuparam o telhado de Bangu 5 e faziam com as mãos o símbolo de uma facção criminosa que atua no Rio. ?E o Tim Lopes? O Tim Lopes não veio??, gritavam os presos, referindo-se a o jornalista da Rede Globo, assassinado por integrantes do mesmo grupo criminoso. Eles entregaram aos repórteres uma cópia da carta encaminhada à governadora.

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