Rio Armados de revólveres, 58 presos da Casa de Custódia Jorge Santana, em Bangu, zona oeste do Rio, renderam os policiais militares de plantão e fugiram pela porta da frente ontem de madrugada. Um foi recapturado e outro, não identificado, morto. Depois da fuga, detentos que não conseguiram escapar promoveram uma rebelião, que durou cerca de 12 horas, e mantiveram um guarda como refém. O comando da PM acredita que pode ter havido facilitação e, por isso, afastou a direção das três casas de custódia de Bangu. À tarde, o secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar, anunciou um programa de recuperação dos complexos penitenciários de Bangu e da Frei Caneca, orçado em R$ 19,5 milhões.
Antes de escapar, os presos trocaram tiros com os guardas que estavam na guarita e roubaram três armas. No confronto, um preso morreu. O sargento Michel de Souza Gomes foi tomado como refém pelo grupo que ficou e levado para dentro do presídio – que abriga 478 internos que aguardam julgamento. O policial não saiu ferido, mas foi ameaçado constantemente pelos rebelados.
Durante a rebelião, os presos reivindicaram melhorias na alimentação e no esquema de visitas. Eles exigiram ainda a presença de religiosos da igreja Assembléia de Deus dos Últimos Dias, que costumam ir aos presídios em casos de conflito. O refém foi libertado por volta das 11h. Segundo o comandante da PM, coronel Francisco Braz, que acompanhou as negociações do batalhão de Bangu, as exigências serão cumpridas na medida do possível. Ele afirmou que a Jorge Santa não está superlotada. Braz decidiu trocar o comando das três casas de custódia de Bangu e investigar como os revólveres entraram na carceragem.
