Presos ameaçam cortar mais cabeças

Porto Velho – Os cerca de 900 detentos rebelados no presídio Urso Branco, em Porto Velho, não chegaram a nenhum acordo com o governo estadual e ainda ameaçaram decapitar mais presos se as negociações entre os líderes do motim e o governo do Estado não evoluírem. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, há o risco iminente de novos presos morrerem. O Instituto Médico-Legal de Rondônia confirmou a morte de seis presos.

Um deles foi decapitado num dos telhados do presídio, na frente dos policiais, jornalistas e câmeras de TV. A polícia acredita, no entanto, que existam outros três mortos dentro da cadeia. Segundo a Rádio Rondônia, um grupo de 16 presos foi amarrado pelos rebelados e os detentos podem ser mortos a qualquer momento. Um dos presos amarrados conseguiu escapar das cordas de lençol e fugiu dos rebelados. Ao perceber que seria assassinado, jogou-se de cima da caixa d?água do presídio para escapar da morte. Após a queda de cerca de seis metros de altura, o fugitivo teve as duas pernas quebradas, mas sobreviveu. Ele foi socorrido por policiais.

Os presos apresentaram às autoridades uma lista de 22 reivindicações para pôr fim à rebelião. Entre as exigências dos presos estão a presença de um comissão de direitos humanos de Brasília, a presença de um juiz federal e do próprio governador do Estado, Ivo Cassol (PSDB). As exigências não foram atendidas e a maior autoridade no local é o secretário de Segurança Pública, Paulo Morais. Sem energia elétrica e alimentação, os presos matam os gatos que passam pelos muros do presídio e os preparam como refeição. Os rebelados também estão sem água. O presídio Urso Branco foi projetado para deter 350 pessoas, mas abriga hoje 1,3 mil presos. Destes, cerca de 900 estão rebelados. Os demais ficam num pavilhão à parte e mantêm-se calmos. Como a rebelião estourou durante o dia de visitas, existem mulheres e crianças junto dos rebelados. A polícia tenta liberar, pelo menos, as crianças. As mulheres presentes no local, no entanto, recusam-se a deixar seus filhos ou saírem com eles do presídio. Os familiares temem que a Tropa de Choque invada a cadeia e mate os presos.

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