Presos agentes que mataram chinês

Rio – O sexto agente penitenciário que estava de plantão no dia que o comerciante chinês Chan Kim Chang foi espancado se apresentou ontem à polícia. Raul Broglio Junior se entregou no final da tarde de ontem à Delegacia de Homicídios, junto com o advogado Michel Assef. Um dos indiciados no inquérito que investiga a morte do chinês Chan Kim Chang, Broglio não quis falar com a imprensa. Devido a pressão nacional, os agentes optaram por se entregar.

Antes de Broglio, cinco dos seis agentes penitenciários que tiveram prisão temporária decretada por suspeita de torturar o comerciante dentro do Presídio Ary Franco, em Água Santa, já tinham sido detidos, três dos quais se entregaram ontem. Dois foram capturados pela polícia.

O primeiro agente penitenciário preso foi Denis Gonçalves, que estava em casa, em Nova Iguaçu, na manhã de ontem. No início da tarde, a polícia anunciou a prisão de Everson Azevedo da Mota. Momentos depois, chegaram à delegacia, acompanhados do advogado Michel Assef, os agentes Carlos Alberto de Souza Rodrigues, Ricardo Wagner Sarmento Alves e Ricardo Duarte Pires Valério. Antes de entrar, eles falaram com repórteres e mantiveram a versão de que Chang se feriu sozinho e disseram que ele já chegou ao presídio amarrado e com ferimentos nos pulsos.

O sexto agente do grupo que estava de plantão no dia em que o comerciante foi espancado era Raul Broglio Junior, dado como foragido. O advogado Michel Assef disse que vai pedir hábeas-corpus para quatro dos seis agentes, Denis Gonçalvez também é cliente dele. O delegado Marcelo Fernandes, que investiga o caso, informou que os seis ficarão presos por 30 dias.

A prisão dos agentes foi decretada na noite de sexta-feira. A juíza Débora Maria Barbosa Sarmento, do plantão do Tribunal de Justiça do Rio. Os agentes foram indiciados pelo crime de tortura qualificado pela resultado morte. A condenação para esse tipo de crime é de 8 a 16 anos de prisão, mas quando a autoria é de servidor público, essa pena pode aumentar de um sexto a um terço, chegando a mais de 21 anos de reclusão.

Na manhã de ontem, saiu o resultado de uma nova perícia feita no presídio Ary Franco. Segundo a polícia, com o uso de um reagente especial foi possível localizar vestígios de sangue na cela, corredores e na sala do espancamento do comerciante. O laudo médico mostra que o comerciante chinês sofreu um corte profundo na cabeça e vários ferimentos pelo corpo.

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