Preso um dos dois policiais militares suspeitos de sequestrar, molestar, roubar R$ 1,7 mil, tentar extorquir mais R$ 20 mil e atirar em uma jovem na noite de sexta-feira, 27, no Rio de Janeiro. A mulher, moradora do Morro São Carlos, levou um tiro e caiu em um penhasco na estrada das Paineiras, na Floresta da Tijuca, mas sobreviveu, foi resgatada e levada para o hospital.
Até o início da noite de ontem o Comando da Polícia Militar do Rio só havia conseguido localizar um dos soldados apontados pela vendedora como autores do crime, o soldado Rodrigo Nogueira Batista. O cabo Marcelo Machado Carneiro ainda estava sendo procurado. Os dois tiveram prisão administrativa de 30 dias decretada depois que a vítima os reconheceu em fotos.
De acordo com a jovem, os PMs a abordaram na descida do morro do São Carlos, quando ela se dirigia à casa da mãe. Depois de encontrarem R$ 1,7 mil com ela, eles acharam que se tratava de alguém ligada a traficantes e decidiram extorqui-la. Queriam R$ 20 mil para libertá-la. Rodaram com ela por diversas ruas em uma viatura da polícia. Depois, a levaram ao quartel e mudaram de carro, passando a utilizar o automóvel particular de um deles.
Por não conseguirem obter o dinheiro pedido, os policiais molestaram a mulher na estrada das Paineiras. Depois atiraram na sua cabeça, na tentativa de matá-la e a empurraram. A jovem, foi atingida no rosto e tombou, caindo nove metros abaixo. Os policiais, com lanterna, iluminaram a vítima, que se fingiu morta.
Achando que a mulher estava morta, os PMs retornaram ao plantão normalmente. Encerraram o turno por volta das 7h deste sábado.
A sorte da vendedora – cuja identidade é mantida em sigilo – foi que o tiro perfurou suas bochechas sem provocar maiores danos. Ela escalou o penhasco e foi resgatada por um ciclista que passava pelo local, na madrugada de ontem. Ele a levou ao hospital Lourenço Jorge, na Barra.
O caso foi registrado pelo plantão policial e encaminhado pela própria PM à 6ª Delegacia.
“Infelizmente tudo leva a mais um caso de desvio de conduta, mas como já dissemos antes, apuramos e cortamos a nossa própria carne”, disse na delegacia o tenente-coronel César Tanner, comandante do 1º Batalhão da PM no qual os militares estão lotados.