Um vigilante de 28 anos foi detido ontem na região central de São Paulo, suspeito de aplicar trotes na Polícia Militar desde o ano de 2006. Segundo a corporação, ele costumava ligar 190 e comunicar crimes graves, nunca constatados pelas equipes enviadas aos locais citados. Nas ligações, o suspeito, que não teve o seu nome divulgado, passava as próprias características como as do suposto criminoso. Foi descoberto após uma ligação foi feita à PM com a afirmação de que um homem de camisa vermelha e calça cinza efetuava disparos em frente à Estação Brás do metrô. Policiais da 3ª Companhia do 45º Batalhão foram ao local e encontraram o vigilante, que tinha as mesmas características passadas pelo denunciante.
Os PMs conversaram com diversas testemunhas, que afirmaram não ter visto nenhuma movimentação no local como aquela descrita na denúncia. Para esclarecer o caso, os policiais entraram em contato com a Central de Operações da corporação (Copom) e pediram que alguém ligasse para o denunciante. Neste momento, tocou o telefone celular do vigilante. A ligação era do Copom.
Com o nome do suspeito em mãos, a Central fez um levantamento e constatou que ele está envolvido em outras cinco trotes, feitos desde 2006. As comunicações são diversas, como tentativa de roubo e disparo de arma de fogo. Sempre que os policiais se dirigiam aos locais citados nas denúncias, não encontravam indício nenhum de crime, mas acabavam revistando o suspeito. Isso porque, conforme a PM, todas as vezes em que ligou 190, ele passou as próprias características físicas. Mas, como não constatavam nada de errado, os PM acabavam liberando o vigilante.
De acordo com os policiais da 3ª Companhia do 45º Batalhão, o detido aparenta ser uma pessoa instruída, sem nenhum tipo de problema mental. Ele foi encaminhado ao 8º Distrito Policial (Brás/Belém) e responderá em liberdade por falsa comunicação de crime. O delegado deve solicitar à PM as gravações das ligações de trotes para anexar ao inquérito que será aberto para investigar o caso. A PM lembra que a falsa comunicação de crime é grave e prejudica aquelas pessoas que realmente precisam de apoio policial.