Campo Grande (AE) – Uma caçada implacável aos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) que vivem no Paraguai, iniciada esta semana, já resultou na prisão de sete integrantes da facção criminosa. No final da tarde de quinta-feira foram presos Marcelo Leandro da Silva, (o Marcelinho Niterói), Paulo Henrique Basílio, Saulo de Oliveira e Rodrigo Fernández de Alencar. As prisões aconteceram em Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
O alvo maior, no entanto, é o gaúcho Irineu Pingo Soligo. Ele é condenado por tráfico de drogas em Passo Fundo (RS) a 15 anos de reclusão e em Campo Grande (MS) a 25 anos pelo mesmo crime. Pingo foi visto no final do mês passado na cidade de Coronel Sapucaia, divisa com Capitán Bado (Paraguai), juntamente com quatro traficantes e contrabandistas procurados pela justiça brasileira. O gaúcho, que já foi um expressivo comerciante no Rio Grande do Sul é, segundo acredita o juiz federal Odilon de Oliveira, responsável pela condenação de dezenas de capô mafiosos brasileiros, a extensão de Fernandinho Beira- Mar no crime organizado da divisa Brasil-Paraguai.
A prisão de Irineu Soligo é considerada um dos principais pontos de partida para a identificação das raízes e tentáculos do PCC. Outra prisão importante é a de Fahed Jamil Georges, o ?Barão da Fronteira?, condenado no início do ano a 25 anos de prisão pelo juiz federal Odilon de Oliveira. Ele está foragido desde a publicação da sentença. ?Existem dezenas de outros criminosos considerados ativistas de facções criminosas na fronteira com o Paraguai. Nem sei dizer exatamente quantos?, disse Odilon.
Para o magistrado o tráfico de drogas, contrabando de armas, pistolagem e seqüestros têm um comando central que parte de dentro das prisões. Odilon citou como exemplo Claudair Lopes de Faria, preso em Assunção, um dos chefões do PCC. Ele chegou a comprar grandes extensões de terras no Chaco paraguaio, para transformá-las em entreposto do narcotráfico, a mando de Nilton César Faria Veron, protegido de Beira-Mar no Paraguai e também preso em Assunção. Ivan Mendes Mesquita, preso em 2004 com 265 quilos de cocaína, é outra peça importante do PCC.
Tráfico usa telefone via satélite
São Paulo (AE) – Os policiais do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc) apreenderam quinta-feira um aparelho de telefonia via satélite numa base equipada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) – para manter a segurança de traficantes – numa favela da periferia de São Paulo. Esse tipo de aparelho, que funciona com cartões internacionais, é usado por grandes traficantes para tentar escapar ao monitoramento telefônico autorizado pela Justiça.
Onde aconteceu a apreensão também foram encontrados cocaína, crack, haxixe e maconha. O telefone via satélite estava em uma residência construída pelos traficantes para o manejo de drogas, sem correr riscos de flagrante.
Para completar o esquema de segurança dos traficantes, além do telefone internacional, o PCC equipou a base com radiocomunicador, ligado e sintonizado na freqüência da Polícia Militar. Até uma bomba de gás pimenta foi encontrada.