Cuiabá (AE) – A Polícia Federal (PF) prendeu até o final da tarde de ontem 35 pessoas nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Rondônia. Todos são acusados de grilagem de terras indígenas, formação de quadrilha, genocídio e destruição de áreas de preservação permanente. A Operação Rio Pardo, desencadeada terça-feira, conta com 110 policiais federais e 12 delegados para prender 77 pessoas e cumprir 90 mandados de busca e apreensão.

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A quadrilha é acusada de invadir há cinco anos uma área de 53 mil hectares localizada às margens do rio Pardo, no município de Colniza (1.065 quilômetros a noroeste de Cuiabá). As terras pertencem a 15 índios da etnia tupi kawahib, mais conhecidos como ?baixinhos?. Os grileiros chegaram a criar a Associação dos Proprietários Rurais de Colniza para explorar os recursos naturais da terra indígena, venderam lotes de 500 hectares e destruíram vestígios de ocupação tradicional dos índios. O presidente da associação, Claudinei Corrêa de Almeida, está preso.

Serrarias

A área invadida pela quadrilha começou a ser desocupada ontem. Para explorar e lotear a floresta, a associação criou o projeto Serra Morena. A PF constatou que há 11 projetos de manejo florestal em desenvolvimento na área e 40 serrarias que atuavam na região. Em maio de 2001, a Fundação Nacional do Índio (Funai) reconheceu a existência dos índios da etnia tupi kawahib. Para preservar a área denominada Terra Indígena Rio Pardo, o órgão indigenista restringiu a entrada de pessoas no local. 

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