São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem durante entrevista coletiva, em São Paulo, que o ministro da Previdência e Assistência Social, Romero Jucá, é o principal interessado em esclarecer as denúncias contra ele e que ele mesmo tomou a atitude de procurar o Ministério Público e a Polícia Federal pedindo a investigação sobre sua vida. "Eu não posso tirar ou colocar um ministro em função dessa ou daquela manchete de jornal. Temos instituições que investigam e apuram e por enquanto a missão dele, que está cumprindo muito bem, é a de tentar ajudar a resolver o problema da Previdência Social", disse o presidente.
Lula reforçou que é preciso garantir que todos aqueles que têm direito aos benefícios da Previdência recebam esses benefícios e que os que estão recebendo sem direito sejam excluídos. "Queremos acabar com todas as quadrilhas que estão montadas pelo Brasil afora, porque a Previdência Social não pode continuar como está hoje."
Lula disse ainda que se o governo quiser salvar a Previdência terá que tomar atitudes severas e que é justamente isso que o ministro Romero Jucá vem fazendo, em conjunto com os outros ministros. "Por enquanto têm muitas insinuações. Penso que é preciso que haja coisas concretas."
Regular
Romero Jucá negou – no documento que seu advogado de defesa, Antônio Carlos de Almeida Castro, entregou ontem no gabinete do procurador-geral da República, Cláudio Fonteles – qualquer envolvimento em irregularidades na operação de empréstimo de R$ 750.000,00 do Banco da Amazônia (Basa) para a empresa Frangonorte, um abatedouro de frangos na periferia de Boa Vista (RR). Jucá, que era um dos sócios da empresa, é acusado de ter apresentado como garantia do empréstimo fazendas inexistentes e de ter feito uso irregular do dinheiro.