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Presidente em exercício, Alcolumbre fala em mais verbas para combate a óleo

O presidente da República em exercício, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou em visita à Alagoas que vai propor a edição de uma Medida Provisória para liberação imediata de recursos para que os municípios e Estados do Nordeste possam contratar pessoal para a limpeza das praias atingidas por petróleo.

Nesta quinta-feira, 24, em visita ao município de Barra de São Miguel, em Alagoas, um dos locais afetados pelo óleo, Alcolumbre disse que identificou a necessidade da MP após conversas com ministros e parlamentares de Alagoas e Sergipe sobre os impactos econômicos gerados pelo que ele classifica como um dos maiores desastres ambientais do País.

“Identificamos que será muito mais cômodo e produtivo se o governo federal puder, do ponto de vista legislativo, auxiliar o Nordeste, partindo do princípio que uma MP pode resolver imediatamente o custeio e manutenção das despesas (com a limpeza das praias). O parlamento brasileiro é reticente com esse instrumento chamado MP, mas é uma ferramenta eficaz de combate imediato a episódios dessa natureza, já utilizada por outros governos”, declarou em entrevista coletiva.

A MP será ainda discutida em reunião com o governo, assim como a forma de liberação e o montante de recursos. “Retorno para Brasília ainda hoje e vou me reunir com o Gabinete da Presidência, com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorezoni, para que a gente possa editar uma MP de acordo com as necessidades dos governos e prefeituras”, afirmou.

Prorrogação do seguro-defeso

O presidente em exercício ainda anunciou a prorrogação do pagamento do seguro-defeso para os pescadores da região Nordeste, afetados pela queda da comercialização de pescados, por causa do receio da população em consumir esses alimentos. Alcolumbre afirmou, também, que a medida já tem o aval do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do vice-presidente Hamilton Mourão. “Vamos dar uma resposta imediata aos pescadores do Nordeste brasileiro, logo mais em Sergipe. Sensibilizamos o governo federal e teremos apoio para esse ato. Vamos assinar o decreto como presidente em exercício e prorrogar por mais dois meses o seguro-defeso. São recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador que vão assegurar a 60 mil pescadores do Nordeste a possibilidade de, extraordinariamente, receber um salário mínimo para seu sustento e sobrevivência”, detalhou.

Durante a coletiva, ele foi questionado se a presença dele no Nordeste é para suprir uma ausência do presidente Jair Bolsonaro na região, que atualmente cumpre agenda no exterior, ao que Alcolumbre respondeu: “O presidente está aqui.”

“Não é hora de politização e demagogia”

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também presente na coletiva, reforçou em boa parte de sua fala que não é momento para fazer “politização e demagogia”, e que o governo federal tem feito “todos os esforços” para resolver o problema do óleo no litoral. “Órgãos de monitoramento nacionais e estrangeiros, sistemas americanos modernos foram acionados, o Ibama dispõe de radar e voa todo o litoral, do Maranhão à Bahia, mas o radar não identifica as manchas, os helicópteros não identificam. Quem está na ponta tem visto que as manchas surgem quando estão próximas à praia”, disse.

Salles está em sua oitava viagem ao Nordeste após o início do desastre ambiental e voltou a afirmar que o óleo que chega à costa é de origem venezuelana, mas a origem do material ainda não foi descoberta. O governo Nicolas Maduro já negou qualquer relação com o óleo que aparece nas praias brasileiras.

“Trabalho excepcional”

Salles classificou o trabalho de limpeza e monitoramento das praias como excepcional, e disse que tudo é monitorado pelo presidente Bolsonaro. “Todo esse trabalho mantido é determinação do presidente Jair Bolsonaro, que acompanha efetivamente a situação. Estamos aqui para retirar o óleo venezuelano da nossa costa, dar o destino correto e restabelecer atividades importantes na região”, explicou. Mas o trabalho vem sofrendo críticas de entidades e também de voluntários que estão nas praias.

Também fizeram parte da comitiva o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), os senadores por Alagoas Renan Calheiros (MDB), pai do governador, Fernando Collor (PTC), e Rodrigo Cunha (PSDB), além de prefeitos de municípios locais e ambientalistas.

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