O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga o apagão aéreo, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), e o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), foram designados pelos integrantes da comissão de inquérito para tentar fazer uma intermediação entre o Comando da Aeronáutica e os controladores de vôo para pôr um ponto final na crise de tráfego aéreo. A escolha de Castro e Maia foi feita pela CPI.

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"Temos de pedir aos controladores de vôo e o Comando da Aeronáutica que liguem o transponder", resumiu Marco Maia. Transponder é um equipamento que impede colisões de aviões em vôo. "Estamos com o sentimento de pânico de que o caos aéreo vai continuar se não fizermos nada", disse o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA).

Se o Comando da Aeronáutica e os controladores aceitarem a intermediação dos deputados, a CPI pode ouvir, na próxima semana o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o ministro da Defesa, Waldir Pires. Ontem, integrantes da CPI visitaram o Centro de Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta-1) e saíram convencidos de que o clima de tensão entre controladores e oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) está insustentável. "Da forma como as coisas estão, os dois lados (controladores e oficiais) se preparam para a guerra", observou o relator da CPI.

"Hoje a posição é de conflito. Todos estão à beira de um ataque de nervos", emendou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). "A interferência da CPI pode acirrar os conflitos e fortalecer a quebra de hierarquia. O golpe de 64 começou com essa quebra de hierarquia, mas é óbvio que agora o contexto é diferente. Uma interferência externa agora não ajudaria a solucionar o conflito dentro da estrutura militar", observou o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), um dos poucos que se posicionaram contra a interferência da CPI na crise entre controladores, que são sargentos da Aeronáutica, e oficiais da FAB.

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