São Paulo (AE) – "Se o Brasil sofrer sanções internacionais, é algo merecido, porque permitiu que essas mortes acontecessem", disse o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Celso Limongi, referindo-se ao massacre do Carandiru. "Não posso comentar a decisão em si, mas posso dizer que lamento profundamente (o massacre)." Na quarta-feira, em sessão presidida por ele, o Órgão Especial do TJ absolveu o coronel Ubiratan Guimarães, comandante da tropa que invadiu o Carandiru. A decisão é uma das mais controvertidas da história da Corte – em termos técnicos e de repercussão social. Dos 22 desembargadores que votaram no caso, apenas seis fizeram carreira na área criminal.

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Como presidente, Limongi não votou. Só teria de participar em caso de empate. No discurso de posse, este mês, ele declarou que se assusta com o juiz apenas técnico -aquele que se esquece que, por trás do processo, estão dramas pungentes. Indagado sobre se ficou assustado na quarta-feira, disse apenas, genericamente, que "se preocupa" com a questão.

Renovação

A proposta que levou Limongi ao cargo foi justamente a de renovar metade do Órgão Especial, que reúne os 25 desembargadores mais antigos – e os mais conservadores. O grupo de trabalho constituído para analisar a questão sugeriu que metade dos integrantes seja eleita e tenha mandato. Atualmente, a função é vitalícia. Para Limongi, é possível mudar isso no Regimento Interno do tribunal, caso a maioria dos 360 desembargadores queira assim.

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