O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou nesta quarta-feira (26) que não é favorável ao fim do voto secreto. Esta foi a primeira vez que ele se posicionou sobre o assunto, desde que foi absolvido no último dia 12, por voto secreto, em sessão igualmente secreta do Senado, sobre processo de quebra do decoro parlamentar. "Não sou favorável (ao voto aberto). O voto secreto foi uma conquista da democracia. O voto secreto existe para proteger as pessoas da pressão do poder político e do poder econômico e também, hoje, de setores da própria mídia", afirmou Renan. "O voto secreto existe para isso. Porque senão pessoas votarão pressionadas", acrescentou.

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Para Renan, o voto aberto tem sentido em algumas votações, mas não em outras. "Imagine o que significa voto aberto para apreciação de veto. O que o poder político não vai fazer com relação a pressão para que a pessoa vote de determinada maneira. Imagina uma corporação votando o julgamento de um membro da corporação no voto aberto. O que é que setores da mídia não vão fazer para que pessoas votem daquela maneira? O voto secreto é uma conquista da democracia", declarou.

Ontem, líderes partidários fizeram um acordo para que as votações sejam retomadas no Senado, desde que haja prioridade na votação do projeto de resolução que acaba com as sessões secretas nas votações de perda de mandato. A sessão aberta, se aprovada, entrará em vigor nas votações de outras três representações contra Renan.

Entre os defensores do fim da sessão fechada há também os que defendem o fim do voto secreto, nas sessões de cassação de mandato. O assunto está previsto para ser discutido ainda nesta quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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Questionado se é favorável ao voto secreto nas sessões de cassação, Renan esquivou-se: "Eu não quero entrar nesse tipo de discussão, porque eu não posso substituir o Senado. Eu sou apenas um senador que preside o Senado, que conduz o Senado e que vota em algumas circunstâncias e em outras não. Eu só voto se houver empate. De modo que tudo tem que ser decidido coletivamente, em associação pelo Senado", afirmou. Renan também comentou o acordo dos líderes partidários para que as votações voltem a ocorrer depois de duas sessões paralisadas na semana passada. "É possível votar tudo, desde que a Casa queira", afirmou.