O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), fez um discurso contundente na abertura do novo ano legislativo, com críticas à interferência do Poder Judiciário no Legislativo, ao excesso de Medidas Provisórias, à precariedade na elaboração do Orçamento, que chamou de "ficção", aos partidos políticos e aos desvios éticos de parlamentares. Ao defender que o Congresso aprove um Orçamento "mais impositivo", Garibaldi reclamou que os parlamentares são obrigados a "esmolar" para conseguir do governo a liberação de emendas para Estados e municípios.
Embora tenha elogiado o mecanismo de investigação por meio das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), Garibaldi disse que as comissões não devem ser vulgarizadas. "Determinadas CPIs não têm relevância e urgência, como as Medidas Provisórias. As CPIs podem terminar se constituindo nas MPs do governo" afirmou Garibaldi, em referência à baixa produtividade legislativa nos períodos de Comissões Parlamentares. Ao lado da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, Garibaldi disse que "não é possível admitir que, sob o argumento de ausência de norma, o Judiciário extrapole sua missão constitucional e passe a agir como legislador".
