Salvador
(AE) – O presidente do PL da Bahia, deputado estadual Horácio de Matos, anunciou oficialmente ontem que não seguirá o protocolo assinado entre as direções nacionais do PT e do PL. Matos acusa a direção nacional do PL de ditatorial, por ter se aliado ao PT sem considerar a posição contrária de neoliberais de dez estados. O presidente do PT José Dirceu e do PL Valdemar Costa Neto recomendaram coligações estaduais nas eleições proporcionais e majoritárias, repetindo o acordo da campanha presidencial. Conforme Matos, o acordo foi uma “atitude autocrática, tão característica dos regimes ditatoriais que o Brasil, enfim, sepultou e os neoliberais ressuscitam, agora”.O líder do PL baiano considerou o acordo um “desrespeito ao seu povo” e avisou que continuará “trilhando o caminho certo”, mantendo a aliança com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Matos classificou ainda o acordo PT/PL, de “açodado” e acertado por neoliberais “sem qualquer compromisso com a história política do Brasil ou do PL”, provocando uma “descaracterização à ideologia e ao programa do partido”. Na avaliação do deputado baiano, o PL ficou sem futuro, “vislumbra apenas o melancólico horizonte do fim”.
De acordo com Matos, o principal problema causado pela aliança é tentar obrigar um partido, “até então sério e reto” como o PL, aliar-se “a personalidades em tudo nefastas que jazem no esquecimento político, como é o caso na Bahia onde tal aliança nos trará como aliado dos palanques de última hora, o senhor (ex-governador e deputado federal do PT-BA) Waldir Pires”. Ele não comentou como reagiria a uma intervenção da direção nacional no PL baiano.