Os políticos que prestigiaram hoje a comemoração dos 30 anos de vida pública do ex-presidente da Câmara dos Deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em São Paulo, manifestaram posições divergentes quanto à proposta de emenda constitucional da reforma tributária, entregue pelo governo nessa semana ao Congresso. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o "texto encaminhado é muito ruim" e acusou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de "mentir", por ter apresentado uma proposta numa reunião e outra para a apreciação do Legislativo.

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"É difícil o dialogo com um ministro da Fazenda que não tem o comando do seu próprio ministério e de suas próprias ações", disse Maia. O deputado admitiu, porém, que algum texto precisa ser votado. "Eu espero colocar em votação (a proposta) e que a maioria possa aprovar um texto que melhore a situação tributária do País." Maia ressaltou que o partido está analisando a proposta e os seus impactos às receitas dos Estados e dos municípios. "A partir de agora nós vamos apresentar nossas emendas e nossas propostas.

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que os congressistas estão determinados a aprovar a proposta de emenda constitucional. "Vamos fazer um grande esforço político para aprovar ainda nesse primeiro semestre", afirmou. Fontana ressaltou que a proposta vai proporcionar um melhor equilíbrio fiscal, reduzir a carga tributária e desonerar a folha de pagamento das empresas.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), destacou que o simples fato de o tema ter voltado à pauta do Congresso já é positivo, mas salientou que o texto ainda precisa ser aperfeiçoado. "A reforma não deve ser compreendida como um projeto de um governo, nem de um partido. Nós não podemos cometer o mesmo equívoco petista, quando era oposição, de ser contra qualquer proposta que venha do governo", disse o governador, que aponta apoio tucano à proposta. "O PSDB tem no mínimo a obrigação de discutir com generosidade e desprendimento o texto.

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Participaram do encontro comemorativo do 30º aniversário de vida pública de Aldo Rebelo os governadores José Serra (PSDB-SP), Eduardo Campos (PSB-PE), José Roberto Arruda (DEM-DF), Cid Gomes (PSB-CE) e Aécio Neves (PSDB-MG). O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), também estiveram entre os presentes.