O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), enviou diretamente à Mesa Diretora o processo em que o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), é acusado de quebra do decoro parlamentar. A remessa do processo à Mesa devolve o caso praticamente à estaca zero, mais de um mês após sua abertura. Até o momento, o caso não foi votado pelo Conselho.

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Quintanilha alegou duas razões para a decisão de enviá-lo à Mesa: o Conselho aprovou solicitação de diligências à Polícia Federal sobre o caso Renan, e essa solicitação só pode ser feita pela Mesa Diretora; segundo, teria sido um erro a atitude de pessoal de Calheiros de enviar diretamente ao Conselho de Ética, sem consultar a Mesa, a representação encaminhada contra ele pelo PSOL.

Segundo Quintanilha, esses dois fatos constituem "vícios" do processo. O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RO), conversou com Calheiros e disse que não sabe quando a Mesa vai-se reunir para apreciar a representação enviada nesta segunda-feira (2) por Quintanilha.

O líder do DEM (ex-PFL), senador José Agripino (RN), anunciou que vai recorrer ao Conselho contra a decisão de Quintanilha. Agripino disse que o Conselho não pode ser "prisioneiro de arbitrariedade". A atitude de Quintanilha, segundo o senador do DEM, "está com cheio de mais uma armação jurídica para procrastinar o processo.

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