Presidente do Chade diz que governo controla todo o país

O presidente do Chade insistiu nesta quarta-feira (6) que seu governo tem o controle total do país, mesmo admitindo que três quartos dos oficiais do exército desapareceram durante as batalhas contra rebeldes no final de semana passado, que deixaram centenas de pessoas mortas e levaram milhares a fugir para a República de Camarões. O presidente Idriss Deby fez seus primeiros comentários públicos desde o ataque rebelde de sexta-feira em N’djamena, e os ataques de sábado contra o palácio presidencial.

Após um encontro com o ministro da Defesa da França, Deby – vestido com uniforme militar – negou e desmentiu reportagens de que havia sido ferido durante o cerco ao palácio no sábado. "Olhem para mim, eu estou bem," disse Deby. "Nós temos o controle total, não apenas da capital, mas de todo o país," acrescentou. "As forças de segurança repeliram os agressores. Os mercenários pagos pelo Sudão foram obrigados a fugir," afirmou.

O Chade, um país rico em petróleo, tem acusado várias vezes seu vizinho Sudão de apoiar os rebeldes. Segundo o governo do Chade, o Sudão age desta maneira para evitar que uma força militar euroafricana seja despachada para a problemática região de Darfur, na fronteira do Sudão com o Chade. O Sudão nega apoiar os rebeldes no Chade, mas tem resistido a que uma força euroafricana seja despachada para Darfur.

Traidores

Deby admitiu nesta quarta-feira que seu governo foi enfraquecido pela incursão dos rebeldes. "Estou trabalhando com um quarto dos integrantes do meu governo. Eu não sei para onde os outros foram. Eles são traidores. Quando chegar a hora, vamos ter que lidar com isso," afirmou Deby. O ministro da Defesa da França, Hervé Morin, que pegou um avião para o Chade em demonstração de apoio ao governo da ex-colônia, sugeriu que os rebeldes não foram totalmente esmagados.

Morin disse que recebeu um relatório da inteligência francesa que indica um reforço aos rebeldes. Morin retornou a Paris na noite desta quarta-feira. A França tem uma força de 1.900 soldados no Chade apoiados por caças. A agência para refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que mais de 20 mil pessoas cruzaram o rio Chari e buscaram refúgio na vizinha República de Camarões. Outras mil pessoas teriam fugido para a Nigéria por causa dos confrontos em N’djamena.

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