Luiz Marinho: missão é ajudar |
Brasília – Ao sair de reunião na Granja do Torto na tarde de ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, afirmou que aceitou o convite para assumir o Ministério do Trabalho, no lugar de Ricardo Berzoini. Outro que estava cotado ontem para entrar no ministério de Lula era o governador do Acre, Jorge Viana.
A reunião de Jorge Viana com Lula durou mais de três horas e ao sair do encontro ele disse que não recebeu convite para ocupar o ministério. "Eu não recebi convite para ser ministro", disse Viana, que foi cotado para o cargo de chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República.
Uma outra novidade em relação ao ministério é a permanência de Luiz Gushiken, dada como certa anteontem. Durante a cerimônia de posse dos ministros do PMDB (Hélio Costa, nas Comunicações; Saraiva Felipe, na Saúde; e Silas Rondeau, nas Minas e Energia), Lula desmentiu os boatos e assegurou que o ministro-chefe da Secretária de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, permanecerá no cargo. Lula afirmou que não vai tirar Gushiken da secretaria sem que as acusações contra ele tenham sido comprovadas, a não ser que seja esta a vontade do ministro.
"Gushiken continuará dirigindo a Secom. Estou dizendo isso para acabar com os boatos. Ele só sairá se for da vontade dele", disse.
No final da noite, o ministro da Prêvidencia, Romero Jucá, informou que também esta deixando o ministério para se candidatar ao governo de Roraima.
Marinho
O novo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, deve tomar posse na próxima semana. Marinho contou que o presidente o consultou há "alguns dias" sobre a possibilidade de assumir o Ministério do Trabalho: "Eu disse que não pensaria no assunto. Se eu fosse convocado, eu assumiria a convocação e isso aconteceu no dia de hoje. Eu disse ok ao presidente", afirmou. Marinho disse ainda que assume o ministério com a missão de ajudar o governo a sair da crise.
"Acho que o cenário é que leva a esse convite, na medida em que o presidente pretende reforçar a ação no Congresso, mas não desguarnecer a equipe de governo. Nessa condição, fui convocado. Se tivesse tudo na normalidade, isso não estaria acontecendo e sequer eu pensaria nessa possibilidade", afirmou Marinho, que voltou para São Paulo para discutir a transição na CUT.
Luiz Marinho, 45 anos, é metalúrgico desde julho de 1978, quando se tornou funcionário da Volkswagen. Em 1984, foi eleito tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Nas gestões seguintes assumiu os cargos de secretário-geral e vice-presidente. De 1996 a 2003, exerceu o cargo de presidente. Já falando como minisro, Marinho, afirmou que a reforma sindical dificilmente sairá nesse ano. "É difícil prever até porque a reforma depende do Congresso. Estou torcendo para que haja agilidade nas CPIs para voltar o funcionamento do Congresso. Vamos ver se ela começa a caminhar no primeiro trimestre de 2006", afirmou.