Ao assumir a mais antiga arquidiocese de Minas Gerais, o novo arcebispo de Mariana e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, reiterou a postura veemente da Igreja Católica contra qualquer proposta de legalização do aborto no País. O debate tem o incentivo do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. D. Geraldo Lyrio disse no final da noite de ontem que a Igreja "não pode, de forma alguma, vacilar".
"Tem de ser intransigente na defesa da vida. Na vida em todos os seus estágios, desde o seu primeiro momento, na concepção, até a sua conclusão natural. Ao mesmo tempo em que a Igreja tem que se empenhar para que haja condições reais, concretas, para que a vida possa se desabrochar também em todas as suas dimensões", afirmou, após ser recebido com festa na nova arquidiocese, que congrega 132 paróquias de 79 municípios, reunindo mais de 1,2 milhão de católicos.
O presidente da CNBB elegeu como seu maior desafio à frente da Conferência a implementação no Brasil das orientações e diretrizes pastorais contidas nas conclusões da 5ª Conferência-Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em maio, em Aparecida (SP). De acordo com o arcebispo o Documento de Aparecida "trará, sem dúvida nenhuma, um impulso novo à ação da Igreja no continente latino-americano". "A CNBB deverá traduzir em suas diretrizes para a ação evangelizadora no Brasil e transformá-lo em orientações práticas para a vida da Igreja em nosso País".
Atraso no Aeroporto
D. Geraldo Lyrio chegou a Mariana às 22h30, quatro horas e meia depois do horário previsto. O motivo alegado foi o atraso dos vôos nos aeroportos do País. Antes ele passou pelas cidades vizinhas de Itabirito e Ouro Preto, onde também foi festejado. Os fiéis católicos de Mariana, porém, não se desmobilizaram e permaneceram à espera do novo arcebispo, que foi recebido com toalhas brancas nas janelas e chegou à praça Doutor Gomes Freire acompanhado da banda marcial da cidade.