Numa entrevista que durou uma hora e 11 minutos a rádios do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT) à reeleição, da biblioteca do Palácio do Planalto, em Brasília, reclamou ontem de leis ?que o próprio Congresso Nacional aprovou? que emperram obras na região como a Rodovia BR-319 e o Gasoduto Coari-Manaus.
?A BR-319, no Amazonas, já existe, mas a gente quer restaurar e tem de tratá-la como se fosse uma estrada nova, com ações contra e recursos. Não é culpa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis porque são leis que nós mesmos aprovamos no Congresso. A legislação obriga a parar. Para vocês terem idéia da gravidade, quando fui a Manaus (em junho) ver o gasoduto, fui fazer o primeiro pingo de solda. No dia seguinte, estava em Brasília e soube que alguém tinha entrado com recurso. Mas a gente continua porque a região norte precisa sair do atraso a que foi submetida nos últimos anos?, disse.
Lula disse que queria, num possível segundo mandato, diminuir as desigualdades regionais. ?Nesse novo mandato, quero mostrar que eu acho que São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro são importantes, mas é preciso saber que há regiões que precisam ficar iguais a eles.? Ele afirmou ainda que quer entrar para a história com o ?Luz para Todos?. ?Anteontem (12) foi dia de Nossa Senhora Aparecida e eu pedi: quero ser o presidente que apagou o último candeeiro desse país, a última lamparina.? Durante a entrevista, Lula anunciou que visita Belém na segunda-feira (16) e a capital amazonense na terça-feira (17).
Terrorismo
O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, declarou ontem que a campanha do presidente Lula pela reeleição não está fazendo o terrorismo eleitoral de que fala a oposição. Ao mesmo tempo, afirmou que existe o que o PT tem chamado de ?risco Alckmin?. Na avaliação de Genro, o que existe hoje é a discussão programática, e falar em privatização é uma discussão programática, porque os tucanos privatizaram enquanto eram governo.