O vice-presidente do DEM, deputado José Carlos Aleluia (BA), disse que presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no governo Luiz Inácio Lula da Silva ficou insustentável após a denúncia de que a secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, teria montado um suposto dossiê sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de sua esposa, Ruth Cardoso. Na avaliação dele, a manutenção da ministra no cargo "macula e faz com que o governo se comprometa com violação de princípios fundamentais de respeito à pessoa humana".
A informação de que Erenice foi responsável pelo suposto dossiê foi publicada nesta sexta-feira (28) pelo jornal Folha de S.Paulo. Aleluia comparou a denúncia com a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que provocou a demissão de Antônio Palocci do Ministério da Fazenda. "Este crime cometido pelo gabinete da ministra Dilma teve a mesma dimensão da ação criminosa contra o caseiro Francenildo.
O parlamentar acredita que é irrelevante a discussão que está sendo travada dentro do governo Lula "se é um dossiê ou apenas um levantamento de dados". "O certo é que se cometeu um crime. Que, de resto, tem sido hábito na era Lula." Ele citou que esta é a segunda vez que a Casa Civil se envolve em escândalos no governo do PT, lembrando do episódio envolvendo Waldomiro Diniz, então assessor do ex-ministro José Dirceu, acusado de cobrar propina de um bicheiro.
O líder criticou ainda o que classifica de "arrogância do presidente Lula, ao desafiar o Ministério Público, a Polícia Federal e até o Supremo Tribunal Federal na defesa ostensiva de aliados envolvidos em corrupção". Aleluia afirmou que essa atitude "acaba por estimular ações espúrias de seus auxiliares".