Agentes da Delegacia Fazendária do Rio, durante a “Operação Justa Causa”, ontem, prenderam, na Baixada Fluminense, quatro integrantes de uma quadrilha responsável por fraudes no seguro-desemprego que somam cerca de R$ 5 milhões.
Sandra Soares da Conceição, chefe da quadrilha, Geraldo Rosa Pacheco, servidor público, Marlon Marcos da Silva e Alice Paiva são acusados de estelionato, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Cinco mandados de prisão preventiva foram expedidos. Oscar, irmão de Sandra Soares, está foragido.
Segundo o delegado titular da especializada, Ângelo Ribeiro, a quadrilha que atuava nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti, era responsável pela fraude no recebimento do benefício, da seguridade social dos trabalhadores desempregados e dispensados do emprego sem justa causa.
O esquema funcionava com a abordagem de um “zangão”, – nome dado ao criminoso que alicia clientes nas filas das agências da Caixa Econômica Federal, com a falsa promessa de receber valores superiores ao que teriam direito e de agilizar o processo de retirada do auxílio. Depois da proposta, o cliente era levado a um escritório de advocacia, dois deles de Sandra – em Nova Iguaçu e Duque de Caxias -, onde eram realizadas as fraudes nos documentos.
Cerca de 200 trabalhadores foram lesados. Os agentes chegaram a este número analisando apenas o material encontrado nos escritórios de Sandra Soares, responsável pela articulação da quadrilha. Computadores, cadernos com fichas de clientes, cartões cidadão, carteiras de trabalho, carimbos e outros materiais, usados na falsificação da documentação entregue para dar início ao recebimento das parcelas referentes ao pagamento do auxílio, foram apreendidos.
O esquema tinha a participação de Geraldo Rosa, funcionário público lotado em um órgão subordinado à Secretaria de Estado do Trabalho e Renda, que inseria dados falsos no sistema sobre dispensa de empregados ou majoração de valores de salário, visando aumentar o valor da parcela do benefício social.
De acordo com a Secretária de Estado de Trabalho e Renda, o golpe é antigo, mas a divulgação de como deve ser feito o processo de retirada do benefício de direito do trabalhador, de forma gratuita, é o melhor caminho para evitar esse tipo de fraude.