Prefeitura do RJ expõe lixo deixado nas praias

Uma montanha de 40 toneladas de lixo está sendo exposta pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) na Praia de Copacabana para mostrar à população e aos visitantes do Rio todo o resíduo que foi recolhido nas praias do bairro e do Leme desde as 20h de ontem (20), feriado municipal de São Sebastião. O objetivo é conscientizar os banhistas.

O presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, explicou a ação: “Isso mostra que a gente ainda tem nas areias um trabalho grande de melhorar a fiscalização e também de conscientização das pessoas. O que a gente conseguiu nas ruas, a gente não conseguiu nas areias das praias. E a areia é a nossa sala de visita para o turista e nossa área de lazer. Temos que chamar a atenção para os dois cuidarem melhor das areias do Rio de Janeiro”.

Para juntar o lixo no Posto 4, a companhia usou quatro tratores e contou com 90 funcionários durante toda a madrugada. Os resíduos que haviam sido jogados nas latas de lixo foram removidos normalmente, e apenas os deixados irregularmente foram para o monte. Quem joga lixo nas praias do Rio corre o risco de ser multado pela Operação Lixo Zero, mas Roriz reconhece que a fiscalização é mais difícil nessa situação: “Das 180 equipes da operação, temos 160 na areia, nos fins de semanas e feriados, mas o rendimento é menor, porque a configuração do flagrante é mais difícil”.

 

Comerciante em Copacabana há mais de dez anos, Rebeca Krimer, de 66 anos, parou a caminhada no calçadão para perguntar o que significava tanto lixo na areia. Ao saber que tinha sido recolhido na própria Praia de Copacabana, ela não se surpreendeu: “O povo não é educado para respeitar o próximo. E os turistas também não. Eu não frequento praia aqui no Rio. Nem na Barra, onde eu moro”, diz a carioca.

 

Dona de uma barraca que aluga cadeiras e guarda-sóis em Copacabana, Maria das Dores Silva, de 74 anos, tenta ajudar distribuindo sacos plásticos de lixo aos clientes, que também compram coco, cerveja e água. “Mesmo assim, não é todo mundo que ajuda. Tem gente que vai embora e deixa o lixo na areia. E tem muitos barraqueiros que não ajudam também e deixam tudo sujo no ponto deles”.

Para combater a falta de consciência dos banhistas, a Comlurb quadruplicou o número de garis que atuam no trecho da orla que vai do Leme, na zona sul, ao Pontal, na Zona Oeste, que agora é coberta por 614 funcionários de limpeza. O número de lixeiras na areia também aumentou, passando de 630 para 2.178. Somente em Copacabana, 560 lixeiras foram posicionadas na areia, em duplas, de 25 em 25 metros, reduzindo a 12,5 metros a distância máxima entre o banhista e o local correto de deixar o lixo.

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