Rio de Janeiro

Prefeitura do Rio quer remover moradores de área de risco

Três décadas depois de assentar cerca de 50 famílias no Laboriaux, no alto da Favela da Rocinha, zona sul do Rio, a prefeitura quer remover os moradores da localidade, que cresceu bastante no período e avançou sobre a área de mata. Após a destruição causada pelo temporal de segunda-feira, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) anunciou a decisão de realocar os moradores do Laboriaux e do Morro dos Prazeres, no centro.

A dona de casa Angelita da Silva, de 65 anos, lembra-se bem de quando foi levada para o Laboriaux, em 1982. Ela morava junto a um valão, na parte baixa da Rocinha, e teve de sair para que ali fosse construído um canal. No Rio desde os anos 60, a paraibana conta que a parte mais alta do Laboriaux, onde há três dias duas pessoas, mãe e filha, foram soterradas por um grande deslizamento de terra, era um matagal na época. “Aqui tinha só umas 70 casas, e depois foi chegando cada vez mais gente e subindo mais o morro”, conta Angelita, que deixou ontem a casa.

Os moradores foram informados de que não poderão voltar. Cadastradas, as famílias serão assistidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e receberão um auxílio-aluguel no valor de R$ 250 durante três meses. Elas terão prioridade no programa “Minha Casa, Minha Vida”, parceria entre os governos federal e estadual.

A Defesa Civil Municipal interditou 219 casas em toda a Rocinha. Ainda serão avaliadas as condições dos imóveis para se determinar quais voltarão a ser ocupados. O líder comunitário Raimundo Souza estima que somente no Laboriaux vivam 4 mil pessoas. As duas mulheres que morreram no local por conta das chuvas haviam sido avisadas de que existia risco de desmoronamento, e se preparavam para deixar a casa quando foram soterradas.

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