A Prefeitura de São Paulo quer reverter a falta de interesse da Polícia Militar em participar da Operação Delegada em bairros da periferia, no período da noite, criando o “bico oficial” para agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), segundo o prefeito Fernando Haddad (PT). Hoje a guarda combate o comércio irregular e protege o patrimônio público apenas no horário de serviço.
“O que nós tentamos no ano passado, inclusive com o apoio do governo do Estado, foi ampliar a operação para regiões periféricas no período da noite. Não tivemos inscrições por parte dos policiais militares e não posso obrigar um policial a se inscrever em um programa novo”, afirmou Haddad, na manhã desta quarta-feira, 30, durante a inauguração de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Pedreira, na zona sul.
Haddad disse que Prefeitura irá encaminhar para a Câmara dos Vereadores um projeto que amplia a operação delegada para a GCM. “Como eu não posso obrigar (os policiais) porque não há um contingente subordinado ao prefeito, nós vamos encaminhar para a Câmara um projeto que estende a Operação Delegada para a Guarda Civil”, disse.
O Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos (Sindguardas-SP), que briga desde 2009 para que o “bico oficial” também seja feito pela GCM, é favorável ao projeto da Prefeitura e não vê como “impeditivo” trabalhar à noite na periferia de São Paulo. “É uma reivindicação nossa desde que a Operação Delegada foi criada”, afirmou Carlos Augusto Sousa Silva, presidente da entidade.
Hoje, os guardas não recebem horas extras pelas folgas. “A cidade cresceu e a GCM não. Os guardas são escalados durante as folgas, para trabalhar em eventos como a Virada Cultura, a Parada Gay, a Fórmula 1 e não recebem adicional no salário por isso”, disse Silva. A Prefeitura faz uma espécie de banco de folgas com as horas extras dos guardas. O Sindguardas espera que a Prefeitura pague até R$ 1.900 por mês – um guarda ganha R$ 1.380 – pela Operação Delegada na GCM, mesmo valor pago aos PMs.