Para reduzir a folha de pagamento, a prefeitura de Americana, no interior de São Paulo, demitiu 410 funcionários admitidos em caráter temporário. O corte atingiu 150 professores e pelo menos 50 profissionais da área de saúde, entre eles médicos e enfermeiros.
A medida vai afetar estudantes dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) no retorno às aulas. Para compensar a falta de professores, será feito até o final desta semana o agrupamento de alunos por disciplina, informou a Secretaria da Educação. O agrupamento vai atingir alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental.
Também foi afetada a manutenção e limpeza das escolas, já que outros 70 demitidos atuavam no setor. Os demitidos tinham contrato com a prefeitura como profissionais autônomos. De acordo com o prefeito Omar Najar (PMDB), a demissão dos temporários é uma forma de evitar ou adiar o corte de 563 servidores concursados. O município enfrenta crise financeira e tem dívidas estimadas em R$ 1 bilhão.
Em janeiro, quando tiveram início das demissões, a folha de pagamento consumia 70% da receita, quando o recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal é de até 54%. Desde o início do ano já haviam sido demitidos mais de 600 dos 6,2 mil funcionários.
O corte de funcionários afetou também o funcionamento de unidades de saúde. A UBS do Bairro Zanaga foi fechada após a demissão dos médicos que atendiam no local. A prefeitura informou que vai contratar uma empresa terceirizada para atuar em unidades de saúde. A maioria dos demitidos deve permanecer nos postos até sexta-feira. Nesse período, servidores efetivos serão remanejados para manter os serviços essenciais.