Brasília (AG) – Os prefeitos eleitos ou reeleitos de 22 das 26 capitais venceram as eleições, mas não terão maioria nas Câmaras de Vereadores. Os seus partidos, ou a coligação que os apoiaram, não conquistaram metade mais uma das vagas nas Câmaras. Os prefeitos também têm minoria no legislativo em 30 das 46 cidades do interior com mais de 200 mil eleitores.
Há casos como o dos prefeitos eleitos de Maceió, Cícero Almeida (PDT), e de Manaus, Serafim Correa (PSB), cujos partidos não elegeram um único vereador. Esses prefeitos precisarão ampliar suas alianças para poder governar com alguma tranqüilidade. Isto porque CPIs podem ser convocadas por um terço dos vereadores. Já para a abertura de um processo de impeachment são necessários dois terços dos votos.
"Nenhum prefeito pode ignorar a Câmara. É preciso criar uma relação de colaboração com os vereadores. Pois não dá para adotar um chavismo (à moda Hugo Chávez) municipal e a cada projeto mobilizar a comunidade para pressionar a Câmara", diz o prefeito reeleito de Aracaju, Marcelo Déda (PT).
Ao assumir o cargo em 2001, Déda se deparou com a dura experiência de ser minoria, logo no início de sua gestão. Ele pediu autorização para contratar um empréstimo no Banco Interamericano de Desenvolvimento Regional (BID) para o programa Habitar-Brasil. Os vereadores não votaram contra, mas aprovaram emendas modificando o projeto que o tornaram inviável.
Só quatro prefeitos de capitais conseguiram este ano maioria nas Câmaras: Raimundo Angelim (PT) em Rio Branco, Nelson Trad (PMDB) em Campo Grande, Carlos Eduardo (PSB) em Natal, e Teresa Jucá (PPS) em Boa Vista. Os demais precisarão negociar.